"De todas as adivinhações do amor
nenhuma é mais funda que a dos
olhares que se atam e parecem
não poder desprender.
Namorados assim o fazem,
paqueras, aranhas, serpentes,
aves, répteis, mamíferos,
amantes, amigos, esposos.
O olhar aprisiona-se
no mistério do outro. E fala
de encontros não verbais,
essenciais. Economiza tempo.
Avança ou retrocede milênios
na adivinhação do próximo."
(Artur da Távola)
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