domingo, 11 de outubro de 2009
Tinha suspirado!
Tinha beijado o papel devotamente.
Era a primeira vez que lhe escreviam
aquelas sentimentalidades.
E o seu orgulho dilatava-se ao
calor amoroso que saía delas
Como um corpo ressequido
que se estira num banho lépido.
Sentia um acréscimo de estima por si mesma.
E parecia-lhe que entrava enfim
uma existência superiormente interessante.
Onde cada hora tinha o seu intuito diferente.
Cada passo conduzia um êxtase.
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações.
¬ Eça de Queiroz ¬
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