Quero uma vida azul-piscina!

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Gosto de pensar assim: se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica.

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Por ele eu vou até o Acre e me finjo de índia.

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Meu mundo

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domingo, 14 de agosto de 2011

COMO É DIFICIL SER PAI, HOJE EM DIA!




Não fala aqui o filósofo que sou por formação acadêmica nem, muito menos, o psicólogo ou o psicoterapeuta, que não sou. Falo, pelos sete filhos gerados no sangue e na carne. Falo pelos milhares que, em minha vida de 37 anos de magistério, ainda em atividade, motivei, graças a Deus. Falo pelos inúmeros filhos na fé que granjeei, principalmente, nos últimos 10 anos, anos que se sucederam a ida da minha filha, Dayane, para o seio do Pai.
Posso me dar esse direito.
Creio que os pais de hoje são iguais aos de ontem. Creio, também, que os filhos de ontem são iguais aos de hoje, mas, as circunstâncias que vivemos são muito diferentes. Poucos renunciam favores ou prazeres em detrimento de uma melhor vida para seus filhos.
Quando nossos pais nos educavam à sua forma, olhávamos o vizinho para poder comparar. Sentíamos que eles também educavam os seus de maneira bem semelhante. Então, o paralelo nos estimulava, apesar de sentirmos no lombo, por exemplo, as dores de uma cintada.
A educação vinha de cima para baixo. Nossos pais eram educados. Muitos, hoje em dia, pelas circunstâncias da vida, e porque se preocupam mais consigo mesmo e com suas coisas deixam os filhos em segundo plano. Alguns manifestam-se, dando-lhes oportunidades de ter o que querem, inclusive, carros, em idade não permitida até pelo bom senso. Fazem deles, armas circulantes.
Quantas vezes ouvi, presenciei e li, declarações como esta: “Meu pai me dá tudo o que quero, mas ainda não me deu tudo o que preciso: seu carinho, afeto, solidariedade, atenção, orientação e crítica”. E, dizem mais: “Nem tudo nessa vida a gente pode comprar”.
Certa feita, diante de mim e, chorando, estava um garoto desesperado. Tentando afagá-lo, assisti uma cena, pra mim, estarrecedora. Botou a mão no bolso, tirou várias notas de cinqüenta reais e algumas poucas de cem. Com as mãos esticadas em minha direção, disse: “E ai, prof., o que faço com isso? Toda essa merda (sic) resolve o meu problema?”.
Diante daquela cena que me constrangeu e me fez chorar, tomei a decisão de chamar os pais, porém, com uma reservada conversa com o pai. Ouvi dele, um senhor de calejadas mãos, simples e, em prantos: “Meu filho, tudo o que faço, meu trabalho, horas e horas desde a madrugada, preocupado com o tempo, preço de insumos, adubos e tantas outras coisas, tudo, tudo, tudo é pra você meu filho. Como pode dizer isso de mim?”
Confesso, sem medo de errar, que esta foi uma das emoções mais lindas e pungentes de minha vida como educador. Pai e filho se abraçaram por longo tempo. Um amplexo divino. A mãe, diligente e assustada, esperou aquele momento com denodado desejo de que a vida dos dois mudasse. Saíram os três com lágrimas nos olhos e, até hoje, quando nos encontramos, não há como não falar daquele dia.
Muitas circunstâncias da vida moderna tiram de nós, nossos filhos. A bebida, a droga, namoros frustrados, casamentos indesejados e, o ter que parecer para o grupo, e não ser como deveriam ser, faz de muitos jovens eternos insatisfeitos que vivem a contradição do que a família orienta e ensina, e o meio em que vivem.
Nessas alturas, causa alegria e muita, ver jovens que se dedicam ao serviço do Senhor, pois, alguns deles sofrem o vilipêndio e a chacota.
Bem a calhar, a frase do dramaturgo W. Shakespeare que, endereço a mim e a todos os pais: “Aprendi que as oportunidades nunca são perdidas, alguém vai aproveitar as que você perdeu”.
Bom dia, lembrando aos filhos e aos pais, que todos os dias, são dias dos pais e dos filhos.


Professor

Benê Cantelli

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