"Continuo a velha cria do tempo. Incontrolável. Paciente.
Consegui tirar a areia dos pés.
Me desfiz das incertezas que grudaram no cabelo.
Lavei o sal do corpo e agora vivo assim, fazendo doces de mim.
Evoluo no meu papel de ser mar ou ser nada.
Adoço a vida não porque ultrapasso a leveza de um pássaro.
Adoço porque eu preciso fazer a alma sorrir
enquanto a fechadura do desânimo não arrebenta o chão das certezas.
Continuo a velha cria do que um dia não aconteceu.
Ainda sou a velha cria do que nunca foi dito.
Por isso, se eu escolher o silêncio, por favor,
por tudo o que nos une: respeite.
O meu amor há de ter maior força.
E tem. E grita – no momento certo.
Enquanto ele não vem,
não cante os erros em um tom maior que o nosso.
Porque depois de cegar, o amor ensurdece.
E agora, além da certeza de que nada mais cantará tão certo
como o caminho das reticências famintas de mim,
entendo o último parágrafo que envolve o meu corpo:
eu preciso muito me ouvir."
- Priscila Rôde -
Consegui tirar a areia dos pés.
Me desfiz das incertezas que grudaram no cabelo.
Lavei o sal do corpo e agora vivo assim, fazendo doces de mim.
Evoluo no meu papel de ser mar ou ser nada.
Adoço a vida não porque ultrapasso a leveza de um pássaro.
Adoço porque eu preciso fazer a alma sorrir
enquanto a fechadura do desânimo não arrebenta o chão das certezas.
Continuo a velha cria do que um dia não aconteceu.
Ainda sou a velha cria do que nunca foi dito.
Por isso, se eu escolher o silêncio, por favor,
por tudo o que nos une: respeite.
O meu amor há de ter maior força.
E tem. E grita – no momento certo.
Enquanto ele não vem,
não cante os erros em um tom maior que o nosso.
Porque depois de cegar, o amor ensurdece.
E agora, além da certeza de que nada mais cantará tão certo
como o caminho das reticências famintas de mim,
entendo o último parágrafo que envolve o meu corpo:
eu preciso muito me ouvir."
- Priscila Rôde -
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