Parei as águas do meu sonho
Para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
Ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
Não têm coragem de cantar,
Vendo o meu sonho interminável
E a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
Perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
Porque insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
Talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
E que vens, se o tempo voltar.
Cecília Meireles
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
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