domingo, 28 de junho de 2009
sábado, 27 de junho de 2009
Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro plasmo ou catacliamo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho ás palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.
Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar nenhum
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum
Original é o poeta
que de todos for só um.
Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreeder
o que é o choro e o riso;
aquele que desce à rua
bebe copos quebras nozes
e ferra em quem tem juizo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta que é gato de sete vozes.
Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor esse que despe a poesia
uma mulher e nela emprenha a alegria
de se um homem qualquer
ARY DOS SANTOS
"Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração."
William Shakespeare
Michael Jackson
O menino que não pôde ser criança
Tornou-se o homem que não queria ser adulto
Caminhando pela lua
Seus pés nunca mais se firmaram no chão
Habitou a terra do nunca
Era estrela solitária
Pra quem o céu foi inferno
Branco ou preto
Foi o mundo e fez sonhar
Mas era triste
E triste se foi
Coração partido partindo corações
O homem menino enfim
Voltou a ser Michael
O anjo que após tanta guerra
Encontrou a paz
(Franklin Maciel )
"Eu sou um livro aberto sem histórias
Um sonho incerto sem memórias
Do meu passado que ficou
Eu sou um porto amigo sem navios
Um mar abrigo a muitos rios
Eu sou apenas o que sou.
Eu sou um moço-velho
Que já viveu muito
Que já sofreu tudo
Que já morreu cedo
Eu sou um velho-moço
Que não viveu cedo
Que não sofreu muito
Mas não morreu tudo
Eu sou alguém livre
Não sou escravo e nuca fui senhor
Eu simplesmente sou um homem
Que ainda crê no amor."
(Silvio César )
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Lágrimas de saudade
Ignorar! Por mais que se tente
Na vida é sempre assim
Em tudo há um começo e um fim
Nada dura eternamente
Para cada sorriso de felicidade
Cada emoção, cada alegria
Haverá, com certeza, um dia
Uma lágrima de saudade
Mas nada disso poderá nos desanimar
Viemos ao mundo para construir, amar
A vida nos prepara para essa missão
A mesma vida, entretanto, nos ensina
Que quando o amor termina
Nos espera a solidão
Walter Pereira Pimentel
terça-feira, 23 de junho de 2009
O Dia da Criação
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Hoje há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito-de-porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há uma comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens,
ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como
as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas
em queda invisível na
terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda
e missa de
sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das
águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em [cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e [sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
Vinícius de Moraes
Mar adentro
É preciso chorar.
As lágrimas são a chuva da gente,
nuvens do nosso tempo íntimo precisam desabar.
É preciso chorar,
lágrimas são os rios do ser,
as cachoeiras da gente,
mudam nosso tempo simples,
atualizam o nosso mar.
É preciso chorar,
é preciso à natureza copiar,
é preciso aliviar e molhar a seca do coração.
Se não chover vira sertão,
morre homem,
morre gado,
( Elisa Lucinda)
sábado, 20 de junho de 2009
simplesmente apareceu
como um mero acaso;
assim tão displicente,
querendo apenas aconchego
num coração desavisado,
e entrou sem cerimônia...
Passeia em meus pensamentos;
navega em minhas veias
e transpira em meus poros...
Depois me observa com
olhos de banquete e
sacia essa fome sem fim...
Vai até as esquinas da razão,
mas volta e se acomoda
esperando que o tempo passe
e leve-o consigo.
Ah! Amor, falo de ti sim...
O tempo sempre passa,
mas você não vai passar...
¬ Izabel Dias ¬
terça-feira, 16 de junho de 2009
"O tempo é muito importante…
aproveita o tempo para ouvir e aprender,
para ver a beleza que nos rodeia,
para demonstrar afeto,
para criar doces recordações
e apreciar momentos especiais.
O tempo é muito precioso…
só ele cura velhas mágoas
e nos permite ganhar
esperança e sabedoria.
Mas sobretudo, aproveita
o tempo para acreditar
nas tuas próprias capacidades.
A borboleta não conta meses
mas sim momentos,
e tem tempo suficiente."
(Tagore)
domingo, 14 de junho de 2009
PÉLIAS
"Eu andava na trilha,
tu vinhas por ela, meu
amor caiu nos teus braços,
tremestes nos meus,
Desde então o meu céu
à noite teve estrelas
e a tua vida foi rio
que pronto as recolheu
Para ti cada rocha
que tocar as mãos
vai ser um manancial,
aroma, fruta e flor."
(Pablo Neruda)
sexta-feira, 12 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
FLOR DA LUA I
Ó bela lua que ora vejo no céu
Aí está sempre viva e a brilhar
E eu retiro dos meus olhos o véu
Que agora começa a descortinar
Vejo-te ainda linda, mas ao léu
Como estivesses a me procurar,
Através desse imenso fogaréu
De emoções e sempre a suspirar
Vejo-te em várias fazes do breu
Da escuridão e por aí a girar
E também te vejo do sobrecéu
Retornar nova com a luz do luar
E a nos tocar com o lume do cinzel
Crescente enche-nos e ergue-nos ao ar.
(Dirceu Marcelino, em 28/5/2008 )
segunda-feira, 8 de junho de 2009
"Se você parar de lamentar,
notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova.
Quando o céu estiver cinza, a derramar-se em chuva,
medite na colheita farta que chegará do campo
e na beleza das flores que surgirão no jardim"
(André Luiz)
Que a sua vida seja repleta de boas notícias.
Procure sempre usar o poder da transformação que tens internamente
para atingir os seus objetivos.
Planeje tudo com muito cuidado.
Não conte para todos, o que planejas de verdade.
Saiba guardar dentro tí, os teus maiores sonhos.
Deixe com que as pessoas descubra a tua capacidade.
Verás como o universo irá te tratar melhor,
pois se você não consegue manter segredo dos seus sonhos,
jamais conseguirá manter segredos a ti confiados.
Bjus meus.
domingo, 7 de junho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
Melodia de um tempo
Nem dormi de tanto imaginar
Esse céu azul que tinge o mar
De tão profundo corre meu pensamento
No mistério de cada vida debaixo do firmamento
Um espaço tão pequeno que ao inverso
Cabe tanto sonho como estrelas no universo
Ó meu Deus...
Antes de pronunciar uma palavra sequer
Já conheces tudo que ainda se fizer
Uma mistura embora sem racionalizar
Pulsa livre nas veias regadas sem retardar
Pelo bate-bate coração despertando a vocação:
De amar com a razão e sofrer pelo perdão
Quem antes foi e agora ficou tão distante
Nem como infante se corresse o bastante
Jamais alcançaria a fronteira da razão
Olhos que já não vêm...
Sobra somente a canção.
(J. Poesia)
Agora ar é ar e coisa é coisa: traço
nenhum da terra celestial seduz
nossos olhos sem ênfase onde luz
a verdade magnífica do espaço.
Montanhas são montanhas; céus são céus -
e uma tal liberdade nos aquece
que é como se o universo uno, sem véus,
total, de nós(somente nós) viesse
- sim; como se, despertas do torpor
do verão, nossas almas mergulhassem
no branco sono onde se irá depor
toda a curiosidade deste mundo
(com júbilo de amor) imortal e a coragem
de receber do tempo o sonho mais profundo
e.e.cummings